27 jul 2023
CHAPADA DOS GUIMARÃES

Brigadistas são capacitados para o uso de drones e imagens de satélite no combate aos incêndios florestais

Autor: Assessoria de Imprensa

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Em 2019, o fogo consumiu quase 10 mil hectares do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. No ano seguinte, a situação se agravou tanto que a prefeitura local se viu obrigada a decretar situação de emergência.  

Preocupados, moradores do Vale do Jamacá, na zona rural do município, decidiram se mobilizar para a criação de uma estrutura de apoio ao combate dos incêndios florestais. 

Nascia, em agosto de 2020, a Brigada Autônoma do Jamacá (BAJ), formada essencialmente por voluntários, mantida e equipada por meio de campanhas de doação.  

Desde então, o grupo vem contribuindo com ações de prevenção e de enfrentamento direto ao fogo, atuando como a primeira frente de defesa de uma região que concentra atrativos turísticos e inúmeros refúgios da vida silvestre. 

No início de julho, essa trajetória ganhou um impulso da tecnologia. Com o apoio do Instituto Centro de Vida (ICV), os integrantes da BAJ participaram de uma capacitação sobre o uso de drones e imagens de satélite de alta resolução no planejamento e ações de campo durante o período crítico de estiagem. 

O objetivo é permitir uma rápida detecção de focos de incêndios e uma resposta mais ágil às emergências, observou Lola Rebollar, moradora do Jamacá e brigadista voluntária. 

 “Tem um primeiro uso que é a prevenção e conhecimento das áreas, nos permitindo entrar em lugares que caminhando seria muito difícil e no combate nos fornece informação precisa do foco de incêndio que ajuda muito quem está em terra e não consegue visualizar o todo”. 

Durante a capacitação, foram abordadas questões como a investigação da origem e do deslocamento do fogo, interpretação de indicadores, planejamento por meio da caracterização da área, monitoramento da evolução do incêndio, entre outros aspectos. 

Essas informações contribuem para determinar os pontos de prioridade no combate, a acessibilidade da equipe em terra e os pontos de escape, além de fornecer conhecimento sobre o território.  

Victor Viana, morador do Jamacá e integrante do grupo de monitoramento da brigada, destacou que, por meio dessas tecnologias e insumos, também é possível levantar informações sobre o território do Vale do Jamacá, mapear seus diferentes cenários e identificar nascentes e rotas de fuga. 

 O uso de dados do programa Fire Information for Resource Management System (FIRMS), da NASA, que espacializa dados de fogo ativo em tempo real, conciliado com imagens de satélite de alta resolução espacial fornecidas através de uma cooperação entre Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI) e a Planet, permitiu a elaboração de uma estratégia de vigilância territorial na área de atuação da brigada, explicou Lucas Araújo, analista de geotecnologia do Núcleo de Inteligência Territorial do ICV. 

Acesse o mapa interativo da BAJ

Após ter contato com conceitos teóricos, autorizações, classificações do Drone, uso de aplicativos para ajudar a prevenir e combater as queimadas, os brigadistas foram para campo e aprenderam a calibrar e operar os equipamentos.  

 “A prática ajuda a desenvolver mais a confiança e firmeza ao operar o equipamento, para em caso de uma ocorrência real, executar as manobras da aeronave com mais segurança”, reforçou Lucas Araújo 

De acordo com João Andrade, integrante da BAJ, a capacitação permitirá que a brigada realize uma proteção territorial de forma mais qualificada.

“As imagens vão permitir que a gente conheça melhor e antecipadamente o território, identificando as áreas de maior risco, as que precisam de uma atenção maior e, no pós-incêndio, vão nos ajudar a quantificar as áreas afetadas e com isso monitorar sua recuperação ao longo do tempo”, afirmou. 

Em março deste ano, o ICV compartilhou sua experiência no uso de geotecnologias no monitoramento ambiental com a equipe do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idesam), em evento realizado em Manaus (AM). Durante uma oficina de três dias, os analistas do Núcleo de Inteligência Territorial forneceram orientações sobre a aplicação da tecnologia para proteger a floresta. Em abril, a equipe do ICV também se reuniu com a Ecoporé, em Porto Velho (RO), para compartilhar experiências no acesso e uso de imagens de alta resolução para monitoramento territorial, através da utilização de índices espectrais. 

As ações de capacitação fazem parte do projeto Rede Floresta, que busca apoiar organizações da sociedade civil, comunidades locais e brigadas de prevenção e combate aos incêndios. O projeto conta com o apoio da Norway’s International Climate and Forest Initiative (NICFI). 

 

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